O paradoxo das insolvências das empresas na Europa: o milagre e a ilusão

O verdadeiro impacto da crise da pandemia Covid-19 permanecerá pouco claro, até as empresas divulgarem os seus relatórios financeiros.

No sentido de procurar responder a algumas questões pertinentes, neste momento de incerteza, a Coface criou um simulador da saúde financeira das empresas e calculou um rácio de solvabilidade sectorial (resultado operacional bruto/dívida líquida), tendo em consideração tanto o choque negativo das receitas como o efeito positivo da ajuda governamental.

Realizámos estas simulações em 6 sectores nas 4 maiores economias da zona euro: Alemanha, Espanha, França e Itália. Utilizando dados sobre o volume de negócios, a utilização de recursos e os empréstimos com o apoio do Estado, analisámos uma amostra de sectores tipicamente responsáveis por 80% do total de insolvências.

A diferenciação sectorial foi um elemento fundamental na nossa análise: os sectores não foram todos igualmente atingidos pela crise, nem beneficiaram da mesma ajuda governamental. Crucialmente, nem todos os sectores contribuem igualmente para o total das insolvências, devido à representação excessiva de alguns sectores nos números agregados (mesmo em tempos normais).