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2021/16/09
Publicações Económicas

Estudo sobre o comportamento de pagamento das empresas na Alemanha: a aprender a viver com a pandemia

Estudo sobre o comportamento de pagamento das empresas na Alemanha: a aprender a viver com a pandemia

A quinta edição do estudo da Coface sobre a experiência de pagamento das empresas na Alemanha foi realizado nos meses de julho e agosto de 2021, com a participação de 819 empresas.

Este é o segundo estudo com empresas alemãs - sobre o comportamento do pagamento dos seus clientes - no contexto da pandemia COVID-19. Uma das principais conclusões da edição de 2021 é que as empresas alemãs parecem ter-se adaptado ao ambiente pandémico. Mais concretamente, um maior número de empresas está novamente a oferecer condições de pagamento (74%) em comparação com o ano passado, quando o número tinha caído acentuadamente mais de 80% no período pré-COVID-19, para 62% em 2020.

No entanto, as empresas continuam prudentes e a quererem receber o mais rapidamente possível. Consequentemente, a preferência por prazos curtos de crédito permanece inalterada: metade das empresas analisadas solicitaram pagamentos entre os 0 e 30 dias, enquanto os prazos de crédito ultralongos (acima de 120 dias) se tornaram extremamente raros.

O resultado surpreendente do estudo do ano passado foi confirmado este ano: embora a Alemanha tenha atravessado uma forte recessão, tanto o número como a duração dos atrasos de pagamento diminuíram.

Em 2021, os pagamentos até melhoram em comparação aos, já por si bons resultados, de 2020. Apenas 59% das empresas analisadas comunicaram atrasos de pagamento, contra 68% no ano passado. Além disso, a duração média dos atrasos de pagamentos foi reduzida mais de uma semana, de 35,9 dias em 2020 para 27,7 dias em 2021.

Todos os sectores, exceto a indústria de maquinaria e o comércio a retalho, registaram um decréscimo na duração dos atrasos de pagamento. Nos produtos farmacêuticos e nas TIC, este prazo foi mesmo reduzido mais de 3 ½ semanas. Com uma média de 17,5 dias, as empresas do sector das TIC registaram o menor tempo de espera, enquanto que as empresas do sector da indústria de maquinaria tiveram de ser mais pacientes, com um atraso médio de 35,8 dias.

As perspetivas da evolução da atividade económica das empresas analisadas, para 2021 e 2022, é muito positiva. No entanto, esta avaliação deve ser analisada com algum distanciamento, uma vez que surge após uma recessão em 2020. Cerca de 41% dos participantes têm uma perspetiva económica positiva para 2021, enquanto 11% veem a sua situação financeira deteriorar-se em relação a 2020. Embora a percentagem de respostas com uma perspetiva positiva para 2022 permaneça elevada, o valor reduz para 32%, refletindo uma menor certeza (11% permanecem pessimistas).

Além disso, embora os efeitos da COVID-19 nos mercados domésticos e mundiais continuem a ser o maior risco, as empresas consideram as ruturas das cadeias de produção mundiais como o principal risco para as suas operações de exportação em 2021. Curiosamente, este risco não está a impedir que as empresas voltem a operar mais nos mercados internacionais, particularmente na UE/Reino Unido, China e EUA.

Finalmente, entre os resultados relevantes do nosso relatório de 2021, é evidente que as ajudas do Estado continuam a ser uma característica importante para as empresas que se manifestaram. 48% dos participantes confirmaram que tinham utilizado apoios públicos nos últimos 12 meses, tais como “lay-offs” temporários, subsídios, empréstimos ou garantias. Ainda que estas medidas de apoio terminem, nos termos da lei atual, o mais tardar no final de 2021, será interessante verificar se o comportamento de pagamentos extremamente positivo na Alemanha é o resultado de uma forte recuperação económica ou, de um apoio financeiro público significativo e de uma dívida mais elevada.

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