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2020/29/04
Risco País e Estudos Económicos

Poderá a China proteger a sua economia do impacto da covid-19?

Poderá a China proteger a sua economia do impacto da covid-19?

Devido à actual pandemia de coronavírus (COVID-19) e ao seu impacto sobre a Economia global, é pouco provável que a China consiga atingir o seu objectivo de crescimento para 2020.

A Coface prevê uma taxa de crescimento de 4% para a economia chinesa em 2020.

 

 

A actividade económica na China poderá desacelerar mais rapidamente do que o previsto este ano e perder o objectivo de crescimento do Partido Comunista da Chinês (PCC) de 5,6%. Nos últimos meses, a economia chinesa tem enfrentado múltiplos obstáculos, como as consequências da guerra comercial com os Estados Unidos, bem como factores estruturais, como a situação demográfica do país (15% da população chinesa tem mais de 65 anos de idade). Neste contexto, a pandemia da COVID-19 é um choque adicional, que irá acrescentar um peso significativo aos desafios existentes.

 

O referido objetivo de crescimento de 5,6%, é um limiar fundamental para a China e para o PCC, uma vez que o partido o considera um nível "moderadamente próspero" da sociedade. A China define este objetivo como uma duplicação dos valores do rendimento nominal per capita em 2010. Apesar das actuais circunstâncias, o PCC espera atingir este objetivo antes do seu 100º aniversário, em Julho de 2021.

 

Nesta fase, o governo parece continuar confiante no cumprimento dos requisitos para 2020. No entanto, o mais provável é que este marco tenha de ser adiado para 2021. A expansão da COVID-19 pelo mundo, nomeadamente para mercados-chave para a China, como a Europa e a América do Norte (30% das suas exportações), irá condicionar a actividade económica chinesa este ano.

 

Espera-se um aumento das insolvências das empresas, apesar das fortes medidas das autoridades para limitar o choque

 

As autoridades chinesas tomaram medidas para compensar o impacto da pandemia na economia. Por exemplo, o Banco Popular da China (PBOC) tem-se concentrado até agora, em medidas bastante prudentes e orientadas, tais como a redução das taxas de juros. Apesar da flexibilidade acrescida permitida por estas decisões, a China terá de recorrer a uma política monetária agressiva, bem como a uma flexibilização fiscal, se quiser gerir a estabilização da sua economia.

 

Ao contrário de 2009, há menos margem de manobra. Em particular, as reservas de moeda não são suficientes para cobrir os fluxos de saída, exercendo pressões no sentido da baixa sobre o yuan.

 

No domínio fiscal, os investimentos adicionais em infraestruturas destinados a compensar o choque, irão aumentar o endividamento a nível local, resultando em pressões sobre o sector bancário, já por si sobrecarregado e sobre as empresas altamente endividadas. Neste contexto, é de se esperar um aumento do incumprimento das obrigações e das insolvências das empresas, acompanhado de esforços de reestruturação no sector bancário.

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