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2019/08/04
Risco País e Estudos Económicos

Estudo sobre o comportamento de pagamento das empresas na China em 2019: Aumentam os atrasos de pagamento, devido ao fraco crescimento da economia.

Estudo sobre o comportamento de pagamento das empresas na China em 2019: Aumentam os atrasos de pagamento, devido ao fraco crescimento da economia.

2018 Foi um ano relativamente desafiador para a China. O Crescimento abrandou para 6,6% e espera-se que diminua ainda mais em 2019 (6,2% de acordo com as previsões da Coface). Como resultado, 59% das 1.500 empresas Chinesas que participaram no questionário da Coface acreditam que a economia não estará melhor em 2019, a percentagem mais elevada desde 2003. A situação relativa aos atrasos de pagamento também se deteriorou. Cerca de 62% das empresas na China foram confrontadas com atrasos de pagamento em 2018, com 40% dos inquiridos a relatarem um aumento nos atrasos (face a apenas 29% registados em 2017).

 

Cerca de 59% das empresas na China acreditam que a economia não irá melhorar em 2019, a percentagem mais elevada desde 2003.

 

A economia Chinesa enfrentou alguns obstáculos em 2018. Um crescimento económico mais lento trouxe algumas implicações para as empresas Chinesas. Por exemplo, o montante de incumprimentos das empresas quadruplicou, atingindo o valor de 16 mil milhões de dólares, enquanto o número de casos de insolvências, estabelecido através do Supremo Tribunal da República Popular da China, aumentou para 6.646.

 

Estas dificuldades devem ser compreendidas num contexto de esforço para a diminuição do endividamento, realizado durante o primeiro semestre de 2018, que conduziu a condições de liquidez mais restritivas. Esta situação coincidiu com a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, o que desgastou a confiança do consumidor, resultando, por sua vez, no enfraquecimento do consumo. Reflectindo estas condições adversas, a maioria dos inquiridos acredita ser pouco provável o crescimento da economia em 2019 (59% face a 33% registados no ano anterior). É a primeira vez que tal acontece, desde que a Coface começou a realizar o estudo de comportamento de pagamento das empresas Chinesas, em 2003.

 

As empresas chinesas optaram por oferecer prazos de pagamentos mais longos, para sustentar os níveis de negócio. O prazo médio de pagamento passou a ser de 86 dias em 2018, quando era de 76 dias em 2017 e, em linha com uma tendência iniciada em 2015, com prazos mais prolongados nos sectores automóvel e transportes, seguindo-se os sectores da construção e da energia.

  

 
O comportamento de pagamento das empresas deteriorou-se: os sectores da construção, automóvel e TIC em situação de risco.

 

Os atrasos de pagamento também aumentaram em 2018: 62% das empresas registaram atrasos de pagamentos, com 40% a reportarem um aumento em 2018 (face aos 29% registados em 2017). Mais preocupante ainda, a proporção de inquiridos que registam atrasos de pagamento de longo prazo (superiores a 180 dias) que excederam os 2% do seu volume de negócios anual, tendo aumentado para 55% em 2018, face a 47% em 2017. De acordo com a experiência da Coface, 80% dos atrasos de pagamento de longo prazo nunca são pagos. Quando estes constituem mais de 2% da facturação anual, a liquidez de uma empresa pode estar em risco.

 

A maior proporção de inquiridos que experimentaram atrasos de pagamentos de longo prazo, representando cerca 10% da sua facturação anual, foi o sector da construção (28%), seguido do sector automóvel (27%) e das tecnologias de informação e comunicação (25%). O sector farmacêutico registou a menor proporção (7%), à frente do sector agro-alimentar (12%). Além disso, quase 60% dos inquiridos admitiram utilizar cheques bancários, ao invés de dinheiro, para realizar pagamentos.

 

“Após um período de crescimento dinâmico, parece que os inevitáveis obstáculos estruturais estão finalmente a atingir a economia da China", explica Carlos Casanova, economista da Coface especialista para a região da Ásia-Pacífico. “Os resultados do nosso estudo, com 1.500 empresas Chinesas, confirmam que os comportamentos de pagamento degradaram-se, em resultado de uma liquidez mais restrita e de uma forte concorrência, que reduziram as margens de lucro. À medida que o crescimento económico diminui, os riscos intensificam-se nos sectores, onde uma grande proporção de empresas sofre com elevados níveis de dívida ”.

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