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2019/14/02
Risco País e Estudos Económicos

Dois obstáculos para a actividade empresarial em 2019: A crise económica e os riscos políticos

Dois obstáculos para a actividade empresarial em 2019: A crise económica e os riscos políticos

 
Na sequência da conferência anual sobre o risco país e risco sectorial, a Coface partilha as suas perspectivas sobre as principais tendências da economia mundial para 2019.

 

 

 

 
Aumento do risco de crédito para as empresas Europeias

Um crescente número de obstáculos, tais como a elevada volatilidade dos preços das matérias-primas, e também restrições de oferta, estão a provocar a diminuição do crescimento económico no final do ano de 2018 e ensombrar as perspectivas para 2019 (3% em 2019, após 3,2% em 2018 e 2017). Desta vez, a economia da Europa Ocidental enfraqueceu antes dos Estados Unidos, contrariamente às anteriores reversões das tendências económicas. A Coface espera que o número de insolvências das empresas aumente em vinte países Europeus (dos 26 analisados) +1,2% na Zona Euro e +6,5% na Europa Central. Este aumento do risco de crédito para as empresas resulta de uma desaceleração cíclica e das constantes incertezas políticas.

 

A indústria automóvel é particularmente afectada. Após um ciclo de crescimento de 8 anos, apresenta agora sinais de desaceleração. A necessidade de investimento, o aumento da concorrência, a mudança de estilos de vida dos consumidores e a necessária adaptação a novos padrões ambientais antipoluição, devem ser alcançados num contexto em que o mercado Chinês, que atingiu a sua maturidade, apresenta um crescente proteccionismo. Estes desenvolvimentos levaram a Coface a rever em baixa a indústria automóvel para risco médio em quase todos os países da Europa Ocidental, bem como na Europa Central e Oriental, e para risco elevado na América Latina e na América do Norte.

 

O risco político mantém-se como um problema na Europa em 2019. O indicador de risco social da Coface é o mais elevado desde 2010. Estes riscos manifestam-se com maior frequência em períodos eleitorais e por isso as eleições na Grécia, bem como as possíveis eleições antecipadas em Itália, Espanha e Alemanha, devem ser monitorizadas. O aumento do descontentamento social e a crescente popularidade dos partidos antieuropeus estão a tornar-se suficientemente importantes, para conduzirem a um Parlamento Europeu muito fragmentado, na sequência das eleições europeias de Maio de 2019.

 

‘Pela primeira vez desde a crise da dívida soberana em 2011-2012, há a necessidade das empresas enfrentarem dois obstáculos ao mesmo tempo este ano: a desaceleração cíclica e os riscos políticos’, afirma Julien Marcilly, Economista-Chefe da Coface.

 

 

Países emergentes ainda vulneráveis

 

Este ambiente global tem efeitos contrastantes sobre as economias emergentes. A desaceleração do crescimento da Zona Euro (previsão de +1,6% para 2019) e dos Estados Unidos (+ 2,3%) expõe os mercados emergentes aos efeitos de contágio, principalmente através dos fluxos comerciais. Como tal, o crescimento do comércio mundial deverá continuar a abrandar este ano (a Coface espera apenas +2,3% para 2019). No entanto, o arrefecimento do crescimento nos Estados Unidos também tem um efeito positivo: ao evitar aumentos nas taxas de juros pela Reserva Federal EUA, o risco de saída de capital dos mercados emergentes é limitado.

 

Actualmente, os vários riscos políticos terão de ser monitorizados nos países emergentes, inclusive em África, onde as pessoas passaram a ter novos meios para expressar-se devido à internet, num contexto crítico de calendário eleitoral (que inclui a Nigéria, a África do Sul e a Argélia).

 

Entretanto, apesar da frágil situação política e de segurança, a Coface observa uma perspectiva mais favorável para Moçambique (agora D), cujas reservas cambiais estão no seu maior nível desde 2014 e o crescimento é superior a 3%, e no Ruanda (A4), onde situação empresarial apresenta constantes melhorias e a dinâmica da reforma foi mantida.

 

A Coface apresenta a actualização das avaliações de risco dos países dependentes economicamente do petróleo, com os preços do petróleo a permanecerem num nível moderado apesar de uma elevada volatilidade:Angola (agora C), Azerbaijão (B), Canadá (A2), Emirados Árabes Unidos (A3), e Trinidad e Tobago (B).

 

O Líbano é o único país este ano com a sua classificação revista em baixa (agora D), penalizado pelas dificuldades económicas persistentes. 

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A Avaliação de Risco País da Coface (161 países) é feita numa escala de oito níveis, por ordem ascendente de risco: A1 (risco muito baixo), A2 (risco baixo), A3 (risco bastante aceitável), A4 (risco aceitável), B (risco significativo), C (risco elevado), D (risco muito elevado) e E (risco extremo).
A Avaliação de Risco Sectorial da Coface (13 sectores em 6 regiões geográficas, 27 países que representam quase 87% do PIB mundial) é feita numa escala de quatro níveis: risco baixo, risco médio, risco elevado e risco muito elevado.
 

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