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2015/23/04
Risco País e Estudos Económicos

Cinco economias avançadas irão evitar o risco de “estagnação secular” na próxima década.

Cinco economias avançadas irão evitar o risco de “estagnação secular” na próxima década.

Mais de três anos após a recuperação oficial, as economias avançadas estão a lutar para voltar a uma trajectória de crescimento sustentado. Algumas estão, inclusive, a prever a estagnação do crescimento, uma situação vista, por vezes, como irreversível. Mas nem todas as economias avançadas estão na mesma posição no que toca a este risco de estagnação a longo prazo e algumas excepções destacam-se no que é um cenário global frágil. Quais das economias avançadas da OCDE têm o que é necessário para acelerar o seu crescimento durante a próxima década?

 

 

Indicadores tradicionais vs. critérios decisivos revelados pela recente crise

 

Para identificar essas economias avançadas no menor risco possível de entrar num período prolongado de crescimento lento ou até de estagnação, os economistas da Coface analisaram uma amostra de 23 países com base em cinco critérios:

 

  • Demográficos e inovação, os dois factores tradicionalmente decisivos no potencial crescimento a longo prazo. O Reino Unido tem assistido a uma aceleração no crescimento dos seus activos, enquanto a Espanha tem assistido a uma diminuição da imigração. A atractividade do país tem um papel muito importante em ambos os casos. Os Estados Unidos continuam a ser dos países líderes em termos de inovação, particularmente no campo das biotecnologias. Esta vantagem ajuda a garantir o seu crescimento a longo prazo.
  • Desigualdade salarialnos países da OCDE explica em parte a crise de 2008-2009 e a recuperação instável, visto que esta situação conduz a uma fragilidade longo prazo do poder de compra de famílias com rendimentos baixos. A Suécia, a Dinamarca, os Estados Unidos da América e a França têm visto os níveis de desigualdade aumentar, segundo o índice de GINI, o que contribui para o abrandamento do seu crescimento.
  • Dívida pública e privadaque, tendo-se tornado excessiva (na maioria dos casos da OCDE entre 300% e 350% do PIB), aumenta a vulnerabilidade financeira, expondo os devedores a insolvência e ao risco de liquidez. Países como a Espanha e o Reino Unido, que viram um aumento acentuado na dívida pública antes da crise, em seguida viveram uma das mais profundas recessões. A Alemanha, a Austrália, a Suíça e a Finlândia estão entre os países menos endividados.
  • O desempenho em matéria deexportações, que são altamente dependentes da competitividade – tanto em termos de preços como em aspectos não relacionados com o custo (como a inovação, qualidade, design, etc.). O Sul da Europa e a Irlanda tornaram-se mais competitivos graças à redução na taxa de câmbio real. O Reino Unido, o Japão e a Alemanha beneficiam da imagem dos seus produtos como valor acrescentado.
Top 5 dos países mais sólidos: Alemanha, Coreia do Sul, Suíça, Bélgica e Holanda

 

Na seguinte análise, cinco países da OCDE destacaram-se pela positiva:

 

 

  • Alemanha

As despesas de investigação e desenvolvimento, suportadas principalmente por empresas privadas Alemãs, são maiores do que a média da OCDE. Os sistemas de financiamento encorajam as pequenas empresas a crescer. Finalmente, além de um ritmo de exportações sustentável, o país disfruta de um elevado nível de competitividade, excluindo o custo.

 

  • Coreia do Sul

Líder em equipamento electrónico de alta qualidade, a Coreia do Sul está a atingir ganhos de produtividade significativos, com base na sua forte capacidade de inovação, incluindo um sistema de educação de alta qualidade, um elevado nível de despesa pública em investigação e desenvolvimento, e um elevado  número de patentes registadas. Apesar do abrandamento na China, a sua tecnologia de ponta inovadora garante a conservação de um potencial económico em termos de exportações.

 

  • Suíça

A inovação é uma das principais prioridades para a Suíça, que adoptou uma forte posição nas biotecnologias. O seu sistema financeiro encoraja o acesso a empréstimos bancários para PMEs e as suas fontes de financiamento de investigação e desenvolvimento são fundamentalmente privadas. Tem também uma elevada competitividade sem despesas, com as empresas Suíças a disfrutar de uma imagem de marca de alto nível. As exportações Suíças aumentaram cerca de 27% entre 2007 e 2013.

 

  • Bélgica

 

A Bélgica é um dos países com os níveis mais baixos de desigualdade da OCDE. O País tem também um dos níveis mais elevados de abertura na OCDE, em 82% do PIB. Este comércio externo dinâmico torna o país particularmente competitivo.

 

  • Holanda

A Holanda desfruta de indicadores equilibrados e relativamente positivos. Embora a dívida total do país seja relativamente elevada (355% do PIB), o nível de dívida pública (78%) permite ao governo apoiar o sector privado no caso de alguma alteração esperada no crescimento. A actividade portuária é, também, particularmente vantajosa para o país, sendo o maior porto da Europa em Roterdão. Mais uma vez, o país desfruta de uma das maiores taxas de abertura na OCDE (83% do PIB).

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