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2020/30/09
Risco País e Estudos Económicos

As empresas alemãs mudaram para o "modo crise" e reduziram as condições de pagamento

As empresas alemãs mudaram para o "modo crise" e reduziram as condições de pagamento

Estudo sobre a experiência de pagamentos das empresas na Alemanha em 2020

 

Lisboa, 30 setembro de 2020 - As empresas alemãs pretendem receber o mais cedo possível, de acordo com a quarta edição do estudo da Coface sobre a experiência de pagamentos das empresas na Alemanha, realizado entre os meses de julho e agosto de 2020, com 753 empresas participantes localizadas na Alemanha.

 

Como já esperado, a COVID-19 e os seus efeitos na economia global e alemã são o tema predominante deste inquérito. Uma informação importante é que as empresas alemãs estão a ficar preocupadas: as empresas tornaram-se cautelosas na oferta de condições de pagamento aos seus clientes e são cada vez menos as empresas que oferecerem condições de pagamento de forma generalizada, tendo estas sido reduzidas e de forma drástica em alguns sectores.

 

Os principais riscos para o negócio de exportação mudaram muito. O risco número um do ano passado, o conflito comercial EUA-China, é marginal comparativamente com o espectro de risco em 2020. Em substituição desse desse risco, 3 em cada 4 empresas nomearam o COVID-19 e os seus efeitos na economia global ou alemã como o principal risco, juntamente com a rutura das cadeias de produção devido à pandemia. No entanto, riscos como o Brexit - presente desde o nosso inquérito de 2017 - não desapareceram e podem tornar-se ainda mais iminentes com um "No-Deal-Brexit" a aproximar-se para 2021. Assim, mesmo com uma perspetiva ligeiramente melhor para 2021, a Alemanha está longe de sair do "modo crise".  

 

Condições de pagamento: A redução de prazos é decisiva

 

  • O prazo médio de pagamento diminuiu 3 dias, de 37 dias em 2019 para 34 dias em 2020.
  • Apenas 62% das empresas participantes responderam que ofereceram condições de pagamento em 2020. Nos quatro anos anteriores, mais de 80% das empresas inquiridas ofereceram condições de pagamento.
  • Os períodos de crédito a curto prazo (0 a 30 e 30 a 60 dias) dominam o panorama empresarial alemão: metade das empresas solicitou que os pagamentos fossem feitos entre 0 e 30 dias.
  • 100% dos inquiridos do sector da construção responderam que ofereceram prazos de pagamento entre 0 e 30 dias, reduzindo o prazo médio de pagamento neste sector para o mínimo de 15 dias[1].
  • O sector de automóvel é o mais generoso em 2020, com um prazo médio de pagamento de 43,8 dias.
  • A maior mudança ocorreu no sector farmacêutico-químico, onde os prazos de pagamento foram reduzidos quase 18 dias, para 31,7 dias.

 

 

Atrasos nos pagamentos: as empresas recebem o seu dinheiro mais rapidamente

 

  • Em 2020, 68% dos nossos participantes inquiridos referiram atrasos de pagamento em comparação com 85% em 2019.
  • O prazo médio global de pagamento diminuiu quase 2 dias, de 37,7 dias em 2019 para 35,9 dias em 2020.
  • As razões subjacentes aos atrasos de pagamento em geral estão principalmente relacionadas com dificuldades financeiras (48% em 2020).
  • 9% dos participantes nomearam explicitamente a COVID-19 como a principal razão para os atrasos de pagamento
  • Os saldos em aberto (DSO) diminuíram consideravelmente em cerca de 9 dias, de 65,8 dias em 2019 para 56,5 dias em 2020.

 

As expectativas económicas: 2020 - um ano de pessimismo e incerteza

 

  • Embora os riscos antigos não tenham desaparecido e continuem a ameaçar a atividade das empresas alemãs, a COVID-19 e os seus efeitos é o tema dominante em 2020, especialmente para as exportações.
  • 39% de todos os inquiridos esperam melhores condições comerciais em 2021 em comparação com 2020, 14% são pessimistas para 2021.
  • 3 em cada 4 empresas nomearam a COVID-19 e os seus efeitos na economia mundial ou alemã como principal risco, juntamente com a rutura das cadeias de produção devido à pandemia.
  • 91% dos inquiridos consideram que o mercado nacional é o mercado com maiores oportunidades de negócio (vs. 81% em 2019).
  • 1 em cada 2 empresas beneficiou de auxílios estatais e, especialmente, da compensação de trabalho a tempo reduzido.

 

Metodologia:

Esta é a quarta edição do estudo realizado pela Coface sobre a experiência de pagamento das empresas na Alemanha, o estudo foi realizado entre os meses de julho e agosto de 2020, junto de 753 empresas participantes localizadas nos principais sectores na Alemanha[2].

 

 

[1] Como a categoria mais baixa é de 0 a 30 dias, o prazo médio mínimo de pagamento é de 15 dias no estudo realizado pela Coface.

[2] Construção, Transporte, TIC, Farmacêutico-Químico, Comércio a retalho-grossista, Embalagem de papel, Agro-alimentar-madeira, Metais, Maquinaria, Vestuário Têxtil, Automóvel)

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