Apesar das crises persistentes, a África Subsariana apresenta oportunidades num espaço temporal até 2025

- Fortemente afectada pelo abrandamento económico Chinês e pela queda nos preços das comodities, a África Subsariana apresentou os piores níveis de crescimento desde 2008
- 15 países, incluindo vários que foram severamente afectados por crises, mostram um grande potencial em termos de despesa de consumo
- Dois sectores oferecem oportunidades no médio prazo: retalho e TIC[1]
Um continente sobrecarregado por enormes crises económicas
A economia global está em turbulência. O abrandamento económico Chinês e a queda nos preços das comodities, teve um peso significativo nos bens essenciais nos países de África Subsariana. O crescimento, situado nos 3.4% em 2015 e 2.6% em 2016 (de acordo com as previsões da Coface), é o mais fraco desde a crise de 2008.
Os países exportadores de produtos foram incentivados a implementar rapidamente medidas para contemplarem os riscos externos de crescimento. Muitos destes países tentaram manter as taxas de câmbio face ao dólar – mas com pouco sucesso, devido às fortes pressões descendentes. Diversos países tentaram restringir as despesas, de forma a conterem a deterioração nas finanças públicas. A persistência destas crises resultou num contínuo estado de fragilidade, com profundas repercussões estruturais. No entanto, apesar de fortes disparidades no seio do continente, as despesas de consumo são o indicador de que estes países podem tornar-se mercados lucrativos no médio prazo.
As despesas de consumo como saída?
Quinze dos 55 países analisados possuem as condições globais requeridas para um aumento das despesas de consumo:Gabão, Botsuana, Namíbia, África do Sul, Nigéria, Etiópia, Costa do Marfim, Moçambique, Tanzânia, Senegal, RDC, Gana, Quénia, Ruanda, e Angola.Os cálculos, baseados em dois critérios determinantes (demográficos e capacidade de consumo privado), foram utilizados para produzir uma tabela de avaliação do país.
- A Demografia fornece um padrão do potencial tamanho de um mercado. A população africana subsariana urbana, poderá ultrapassar 50% do total da população em 2025, com crescimento nas receitas por habitante e infra-estruturas favoráveis às despesas de consumo. O rácio[2] de idade dependente, embora alta nos dias de hoje, irá entrar em queda nos próximos 10 anos. Estes países apresentam um grande interesse económico, particularmente as nações mais populosas (por exemplo, a Nigéria, com 182 milhões de habitantes em 2015). As Nações Unidas prevêem que o número de habitantes na África Subsariana atingirá os 1.2 biliões em 2025.
- O critério económico utilizado para avaliar a capacidade de consumo das famílias teve em consideração o consumo final por habitante em 2014, a previsão anual da média de crescimento do PIB para 2015-2025, e nível estimado de PIB por habitante em 2025, como indicadores da riqueza dos países no médio prazo.
Classificação dos países de acordo com a sua pontuação (/100)
As classificações demográficas e económicas combinadas para os 15 mercados, que demonstram potencial, apresentam um indicador maior ou igual a 40/100. Este grupo inclui os principais exportadores de petróleo (Gabão, Nigéria e Angola) e diversos exportadores de outros bens, particularmente minerais (tais como Botswana, Namíbia, Gana e África do Sul).
Nigéria, Angola, Gana e África do Sul: oportunidades para o comércio a retalho e empresas de TIC
- O Comércio a retalho,que continua em expansão, apesar das actuais dificuldades económicas, evidencia um forte potencial para o crescimento. O aumento da riqueza destas populações, pode impulsionar um maior consumo de produtos de elevado valor acrescentado. O desenvolvimento das infra-estruturas do retalho representam também um papel importante, comprovado em países como a África do Sul, que está em sexto lugar no mundo em termos de número de centros comerciais (2000).
- Tecnologias de Informação e Comunicação possuem um potencial significativo para capturar quota de mercado. As taxas de instalação entre a população são, ainda, relativamente baixas e o alcance dos serviços acessíveis por telefone móvel está a crescer rapidamente. As novas tecnologias também fornecem uma grande fonte de diversificação para a economia. A trajectória de crescimento pode ser restringida pelas crises económicas e politicas ou por questões governamentais, mas estes factores não ameaçam a perspectiva positiva no médio prazo.
[1] Tecnologias de Informação e Comunicação
[2] Proporção de pessoas economicamente dependentes no total da população (idade abaixo de 15 ou acima de 65)
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