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2014/07/10
Risco País e Estudos Económicos

A economia nos EAU torna-se mais forte graças a uma política de diversificação eficaz

A economia nos EAU torna-se mais forte graças a uma política de diversificação eficaz
  • Crescimento de 5% previsto para 2014 está na origem da bem sucedida política de diversificação
  • Ambiente de negócio favorável, suportado pela nova lei das empresas para melhorar a transparência
  • Melhoria no perfil de dívida. Necessidades de financiamento vindas de entidades governamentais, continuam a ser uma questão

 

Na última avaliação de risco país, a Coface classificou os Emirados Árabes Unidos (EAU) com A3[1], e espera que a economia do país cresça cerca de 5% em 2014. O ambiente de negócio nos EAU, também foi classificado com A3, tendo em conta alguns factores tais como a disponibilidade dos relatórios das empresas, a fiabilidade e efectividade do sistema legal. Depois de contrair cerca de 5% em 2009, a economia dos EAU recuperou gradualmente, para sólidas taxas de crescimento, com 5.2% registados em 2013.

 

“A economia dos EAU mantém-se sólida, apoiada tanto pelo sector de petróleo e do gás como pelo sector não-petrolífero. A política de diversificação do país constitui um importante pilar do seu desempenho económico, já que reduz a sua dependência do petróleo e apoia a economia real. O ambiente de negócio está a melhorar e as medidas tomadas para aumentar a transparência da economia são cruciais para reduzir o risco no sector empresarial”,afirmou Seltem Iyigun, economista para a região do Médio Oriente e Norte de África na Coface.

 

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No início deste ano, o Dubai conseguiu refinanciar a sua dívida vencida (cerca de 20 milhões de dólares) com Abu Dhabi e o banco central dos EAU, sob condições favoráveis. Contudo, o fardo da dívida de todo o sector público no Dubai continua pesado, com montantes significativos a vencerem nos próximos anos (quase 40 milhões de dólares entre 2015 e 2017).

 

A introdução de medidas reguladoras pelas autoridades, com o objectivo de evitar outra bolha imobiliária, também são promissoras para a economia do país. Além disso, a introdução de uma nova lei para as empresas, que vai reformar gradualmente a gestão corporativa, é vista como um grande progresso. Contudo, ainda há lugar para melhorar, já que as contas financeiras das empresas raramente estão disponíveis – à excepção dos grandes grupos internacionais.

 

O Sector do petróleo: principal contribuidor para o crescimento

 

Os EAU produzem 3.5 % do petróleo bruto mundial, representando 7% de reservas provadas, e está classificado como o 7º no mundo e o 4º entre os países da OPEC. Em 2013, o sector do petróleo foi responsável por um terço do PIB e as exportações de petróleo foram de aproximadamente um terço do total das exportações. As finanças públicas dos EAU continuam extremamente dependentes das receitas do petróleo, apesar da contínua diversificação da economia. O petróleo foi responsável por quase 80% das receitas fiscais em 2013. Os principais riscos neste sector são: a dependência da rentabilidade empresarial dos subsídios do governo e o equilíbrio da oferta e da procura do país. Os conflitos regionais podem também representar uma fonte de risco.

 
O Sector agro-alimentar: forte dependência das importações

 

O sector agro-alimentar está a tornar-se cada vez mais importante nos EAU, juntamente com a crescente população e o rendimento per capita. O país é responsável por 20% da totalidade do consumo alimentar dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), onde é o segundo maior consumidor, depois da Arábia Saudita. O país é também o segundo maior produtor no GCC. Contudo, existe um número limitado de terras aráveis e o clima não é muito favorável para a agricultura. O governo apoia o sector agrícola e a indústria agro-alimentar. A forte dependência na importação de alimentos gera um risco para o país se houver escassez no fornecimento de alimentos. O controlo do governo sobre os preços dos alimentos pode também pesar negativamente nas margens de lucro empresariais.

 

O Sector do retalho: ambiente favorável para a expansão, com riscos limitados

 

O sector retalhista é dos sectores de maior crescimento no EAU, suportado pela crescente riqueza, a estabilidade económica e o forte consumo interno. O facto de os EAU não terem sido afectados pela turbulência política do mundo árabe, tornou o país num destino turístico muito popular, o que por sua vez contribuiu para a expansão do sector retalhista. A concorrência intensa e os aumentos de preço no alojamento, alimentação, transportes, educação e aluguer, podem ser considerados como os principais riscos que pesam na actividade retalhista – mas este risco mantém-se limitado.

 

“O nosso relatório confirma que a economia da região tem-se desenvolvido significativamente nos últimos três anos, estabelecendo-a como líder na economia global do comércio internacional. O comércio não- petrolífero alcançou 256 biliões de Dirhams dos Emirados Árabes Unidos durante o primeiro trimestre de 2014, mostrando a dinâmica contínua conduzida pelo comércio não-petrolífero em todos os sectores económicos – tal como foi comunicado pela Autoridade Federal Aduaneira dos EAU. Os EAU representam o local ideal para o negócio e um porto seguro na região do Médio Oriente.” Afirmou Massimo Falcioni, Responsável da Coface para a região do Médio Oriente.

 

  

[1] A Coface utiliza uma escala de 7 níveis. Numa ordem de risco ascendente, nomeadamente: A1, A2, A3, A4, B, C e D. A avaliação de risco país proporciona o conhecimento do nível médio de atrasos de pagamento apresentados pelas empresas num país, relacionados com as suas transacções de comércio no curto-prazo. 

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