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2016/12/10
Risco País e Estudos Económicos

A economia Francesa: pausa temporária no crescimento

A economia Francesa: pausa temporária no crescimento
  • O Segundo Trimestre foi afectado por choques externos
  • A previsão de crescimento para 2016 continua positiva em 1,6%
  • A dívida das empresas não financeiras apresentauma dinâmica ascendente única na Europa, mas ainda abaixo dos limiares de alerta
  • As insolvências das empresas permanecem numa tendência decrescente: -3,4 em 2016
  • O risco sectorial está a estabilizar: em 12 sectores, a indústria agro-alimentar foi revista em baixa e o seu risco aumentou, enquanto o risco da indústria automóvel diminuiu

 

 

A recuperação está a ganhar ritmo face ao contexto de tensão política

 

A economia Francesa continua numa tendência positiva, apesar do Segundo Trimestre ter sido afectado por choques externos. As inundações na região da Ilha de França, causaram, no curto prazo, um abrandamento na actividade económica local. Contudo, no longo prazo, este factor irá desencadear uma recuperação no emprego, particularmente no sector da construção, onde as encomendas estão a aumentar rapidamente com as necessidades de reconstrução. As greves nas refinarias terão, também, um duplo impacto, i.e. criam uma onda de choque no curto prazo, mas com um impacto positivo no médio prazo, uma vez que as reservas serão reforçadas em grande escala para prevenir futuros défices. Além disso, a incerteza política na Europa alimentou a volatilidade do mercado. Com o caos político em Espanha, o referendo em Itália a ameaçar o governo de Renzi e o Brexit, três dos maiores parceiros comerciais franceses são presentemente uma fonte de risco político e estão a destabilizar os mercados. Este factor, confirma que, nos futuros trimestres, o crescimento em França será essencialmente interno e auto-sustentado.

 

Esta tendência positiva está a ser suportada por uma diminuição gradual do desemprego (cuja percentagem já desceu abaixo dos 10%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos; e confirmado a nível internacional pela Organização Internacional de Trabalho). O consumo privado subiu consideravelmente, apesar da baixa taxa de ocupação na indústria hoteleira e de um abrandamento generalizado nos serviços de comércio.  

 

 

A taxa de insolvência continua a diminuir, apesar de uma pausa durante o Segundo Trimestre 

A insolvência das empresas continua a sua tendência descrescente este ano, apesar de uma pausa durante o Segundo Trimestre, em paralelo com uma certa estagnação da economia Francesa. A indústria hoteleira e o sector dos transportes também foram afectados pela influência da Uber na economia, particularmente  na região da Ilha de França. Esta região, que contém 21,4% das insolvências nacionais, sofreu um dos maiores golpes em 2016 com o aumento de 5,4%, registado no final de Julho. Um aumento de empréstimos às novas empresas contribui para uma taxa de insolvência média anual mais baixa, a confirmar a previsão de -3,4% para 2016. 

 
Dívida das empresas: França é o único grande país da Europa onde está a aumentar

 

A França é o único país da Europa onde os níveis de dívida das empresas estão numa tendência crescente (+14,8 pontos percentuais entre 2008 e 2016), mas ainda abaixo do limite crítico de 90% (68,7%).

 

Duas fases explicam esta tendência singular:

  • 2007 - 2013, as empresas tiveram de potenciar os seus negócios de forma massiva para dissipar os efeitos da crise: a procura e as margens de lucro era demasiado baixas para gerarem liquidez suficiente.
  • 2013 - presente, a liquidez foi recuperada mas as empresas estão a beneficiar das taxas de juro extremamente favoráveis, de um melhor escoamento (mais consumo e investimentos) e do interesse dos investidores nos mercados onde conseguem inclusive empréstimos a taxas de juro negativas (Sanofi), o que os incentiva a investir sem consumirem as suas reservas de capital.

 

 

A indústria agro-alimentar foi revista em baixa para “risco elevado” e o sector automóvel melhorou para “risco baixo”

 

O risco sectorial em França está a estabilizar mas continua em linha com o Primeiro Trimestre.

 

  • O sector têxtil, que em Maio foi revisto em baixa para “risco elevado”, enfrenta um aumento de insolvências e uma contracção das margens de lucro;
  • As insolvências aumentaram cerca de 3,2% na indústria agro-alimentar. Os agricultores foram atingidos por fracas colheitas, particularmente os produtores de cereais, que não deverão ver os preços dos seus produtos aumentarem, porque o resto do mundo beneficiou de um clima moderado. A classificação do sector passou para “risco elevado”;
  • O sector automóvel melhorou bastante com o aumento das vendas, que ainda não regressaram aos níveis pré-crise, contudo é expectável uma recuperação. Assim sendo, o risco do sector foi actualizado para“baixo risco”.
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