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2014/27/05
Risco País e Estudos Económicos

A Coface prevê em 2014 uma queda de 13% nas insolvências das PME em Espanha e a estabilização em França

A Coface prevê em 2014 uma queda de 13% nas insolvências das PME em Espanha e a estabilização em França

Com perfis comparáveis em termos de actividade empreendedora, Espanha e França estão a seguir uma preocupante tendência em termos de insolvências de empresas.

Contudo, as PME’s[1]em ambos os países evoluíram de forma distinta desde a crise de 2008-2009, e as previsões de insolvência para 2014 reforçam ainda mais esta divergência.

 

 

As PME’s estão sobre-representadas nos processos de insolvências em França e ainda mais em Espanha

Em França, tal como em Espanha, o nível de insolvências permanece preocupante e o seu impacto económico é bastante significativo: as PME’s empregam cerca de um terço dos trabalhadores e participam com uma porção significativa do valor acrescentado[2]  –  32% em França e 37,4% em Espanha.

 

Sujeito a flutuações (ligeiramente abaixo de -4% ao longo de um ano[3] no final de Março de 2014, após uma subida surpreendente de +30% em 2013). As insolvências das PME’s espanholas excedem o nível observado em 2009. Estes 2.765 casos representam 31% de todas as insolvências empresariais no país. Em França, a tendência aumentou ao longo do  ano (+4% no final de Março) e dizem respeito a 4.682 PME’s, que representam 7.3% de todas as empresas. Contudo, em contraste com o caso espanhol, o número de insolvências está a melhorar, gradualmente, do seu nível recorde de 2009 (5.155 insolvências).

 

Uma crise, duas trajectórias

 

O clima particularmente difícil da macroeconomia em Espanha parece justificar as dificuldades das PME’s. Ao mesmo tempo, a severidade da crise (-1.2% de crescimento em 2013) resultou numa profunda mudança nas PME’s espanholas. Apesar da dívida elevada (97,9% do PIB no Q3 em 2013), que as forçou a reduzir os seu passivo em detrimento da sua capacidade de investir, e as significativas pressões nos fluxos de caixa relacionados com as restrições no crédito, a rentabilidade das PME’s aumentou.

 

A sua rentabilidade esteve perto de 45% em 2013, ao mesmo tempo que França reportava a margem mais baixa (30%) da Europa. Uma outra consequência positiva da crise: para compensar a lentidão na procura interna, as PME’s espanholas tiveram que abrir-se ao mercado internacional. Assim, 25% das mesmas são actualmente exportadoras (comparado com 19% em França), o que suavizou os efeitos da recessão.

 

Em França, os efeitos da crise foram menos marcantes, mas embora a procura tenha sido resiliente, o fornecimento em França tem sofrido. A Coface observa uma perigosa atrofia na situação das grandes empresas, representado pelo elevado e persistente nível de insolvências. As PME’s não melhoraram a competitividade dos preços, o que lhes teria permitido ganhar quota de mercado nas exportações e continuar a confiar na procura interna. Elas precisariam de um apoio significativo do consumo. Contudo, gradualmente este apoio está a diminuir, resultado da contracção das despesas das famílias, observada no Primeiro Trimestre de 2014. (-0.5 em comparação com o Quarto Trimestre de 2013).

 

PERSPECTIVA fortemente ligada às exportações e ao consumo das famílias

Assim, para as PME’s, três factores foram identificados como fundamentais na previsão modelo para as insolvências em França e em Espanha. Estes são: a influência do sector da construção (preponderante nas insolvências), a dependência das PME’s no consumo e na exportação de bens (em Espanha) ou serviços (em França).

 

De acordo com as previsões da Coface para Espanha – onde a recuperação está confirmada – assumindo uma ligeira reviravolta no consumo (+1,1%), um acréscimo significante na exportação de bens (+5,5%) e a estagnação dos custos da mão-de-obra na construção, as insolvências nas PME’s deverão diminuir pelo menos cerca 13%.

 

Em França, a melhoria não será tão significativa. O número de insolvência das PME’s deve estabilizar (-0,5% espectável ao longo de um ano), sujeito a um ritmo moderado de consumo (+0.8%), ao dinamismo nas exportações de serviços (+3%) e a um ligeiro aumento (+0,5%) no custo de trabalho no sector da construção.

__________

[1] Caracterização das PME neste estudo: empresa com cerca de  10 a 249 colaboradores, com volume de negócios anual que não exceda os 50 milhões € ou um balanço total abaixo dos €43 milhões.

[2] O valor acrescentado dos sectores de negócio, excluíndo a agricultura, as actividades financeiras e a administração pública. Fonte: Eurostat.

[3] De Fevereiro de  2013 a Março de  2014, com comparação com igual período do ano anterior

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