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2013/22/01
Institucionais, Risco País e Estudos Económicos

A crise na Europa está longe de terminar para as empresas

A crise na Europa está longe de terminar para as empresas
Com base no contacto diário com empresas em todo o mundo, a Coface estabeleceu um cenário cauteloso para a economia global em 2013. A recuperação dos países industrializados está ainda refém da dívida pública e privada. Para além disso, a confiança das famílias e das empresas não foi restabelecida dado o agravamento da situação dos mercados laborais e as incompletas reformas institucionais na Europa. A falta de visibilidade sobre a política orçamental dos Estados Unidos pode também ter impacto no crescimento Americano. A Coface prevê a continuidade da recessão a -0.1% na Zona Euro, com uma contracção persistente na actividade no Sul da Europa. O crescimento nos EUA irá abrandar para +1.5%, enquanto que os países emergentes terão um crescimento saudável e sustentado em +5.2%. 

No que respeita à avaliação dos países individualmente, as avaliações de Itália e Espanha foram revistas em baixa pela segunda vez neste ano, enquanto que a avaliação de A1 do Japão foi colocada sob vigilância negativa, dado o impacto das exportações em queda, particularmente para a China. Entre os países emergentes, a Coface reviu em alta a avaliação da Indonésia que tem demonstrado uma resistência considerável à recessão nos países desenvolvidos. Em contraste, a avaliação de risco país para a Índia foi revista em baixa para A4, uma vez que o “modelo indiano” está a ser seriamente questionado. 

 

“A probabilidade de uma crise sistémica na Europa está cada vez mais afastada, o que são boas notícias. Contudo, a actividade na Zona Euro continuará a contrair-se em 2013. A moderação no consumo, a austeridade orçamental e a retracção do mercado de trabalho, com empresas testadas de forma significativa na recessão de 2009, conduziram a inúmeras e dispendiosas situações de insolvência. Reconhecidamente, a crise financeira está em vias de ser resolvida, mas a crise na economia real, ilustrada pela persistente fragilidade das empresas, não terminará em 2013”, afirma Jean-Marc Pillu, CEO do Grupo Coface

 

 

As empresas Europeias continuam a lutar para sobreviver 

A situação ainda é fonte de preocupação para as empresas Europeias, apesar do risco da crise sistémica na Europa ter diminuído e das exportações terem sido retomadas de forma encorajadora no Sul da Europa. Os progressos insuficientes nas reformas das instituições Europeias, o rápido  agravamento do mercado laboral e o peso das dívidas públicas e privadas estão a minar a confiança dos actores da economia real, que “pressionaram o botão de pausa” e aguardam por mais informação.

 

À luz desta situação de deterioração, a Coface reviu em baixa as avaliações deItália e Espanhapara B, após anterior redução para A4 realizada há um ano e a vigilância negativa implementada em Julho de 2012. A actividade nestas duas economias no coração da Zona Euro irá contrair-se em 2013: -1% em Itália e -1.5% em Espanha. A Coface acredita que outro ano negro se avizinha para as empresas em Espanha e Itália, que enfrentam um número ininterrupto de insolvências e o crédito bancário cada vez mais escasso.

 

Os países emergentes enfrentam a tempestade… 

Com a deterioração dos riscos nos países desenvolvidos, que não abranda desde 2008, prossegue a recuperação gradual nos países emergentes. A Coface atribui a nova hierarquia de risco a uma maior resistência das nações emergentes às crises externas, como resultado de políticas económicas mais adequadas e prudentes. Para além disso, o crescimento económico nos países emergentes beneficia da expansão ininterrupta das suas classes médias.

 

Consequentemente, a Coface reviu em alta as avaliações da Indonésia para A4 e colocou a avaliação B para as Filipinas sob vigilância positiva. Com pouca correlação com a recessão Europeia, elevado crescimento e progressos nas finanças públicas e nos seus sectores bancários, os riscos foram significativamente reduzidos em ambas as economias.
 

 

… embora os riscos não tenham sido extintos 

Contudo, a Coface continua a avisar as empresas dos riscos persistentes nos países emergentes. Regista-se ainda tensão política e social, juntamente com omissões ao nível da governação. Uma classe média profundamente em expansão é mais exigente em termos legais, medidas anti-corrupção, liberdade e transparência. As instituições políticas nos países emergentes estão a ser desafiadas para se adaptarem à nova realidade.

 

  • A avaliação A3 para aÁfrica do Sulfoi colocada sob vigilância negativa devido ao aumento do risco de agitação social, que é incompatível com o atingimento de uma melhor taxa de crescimento, em comparação com a média dos países emergentes. 
  • O ritmo lento das reformas, as deficiências nas infraestruturas e a inabilidade do governo em responder às novas expectativas da classe média, juntamente com um crescimento muito abaixo do seu potencial, conduziram a um aumento dos níveis de dívida das empresas. Estes factores motivaram a Coface a rever em baixa a avaliação global da Índia para A4e a avaliação específica do seu ambiente de negócios para B. 
  • ARepública Checae aEslovénia, que estão dependentes da quebra da procura na Europa Ocidental, viram a sua avaliação A3 ser colocada sob vigilância negativa. UmaPolóniamenos aberta está a começar a ser afectada pela recessão Europeia. O abrandamento na actividade e a fragilidade do sector da construção, levaram a Coface a colocar a sua avaliação A3 sob vigilância negativa. 
  • A persistente tensão política explica a remoção da vigilância positiva na avaliação D para a Costa do Marfim.

 

 

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