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2013/17/10
Risco País e Estudos Económicos

Ásia Emergente: A Coface alerta para os riscos crescentes relacionados com o endividamento das famílias.

A Coface alerta para os riscos crescentes na Ásia emergente

O potencial de crescimento da Ásia permanece elevado, impulsionado pela classe média  

 

As economias asiáticas têm resistido ao duplo impacto da crise global de 2008-2009 e à dívida externa da Zona Euro devido, nomeadamente, ao consumo dinâmico das suas famílias. Por exemplo, desde 1995 o consumoper capitaquase que triplicou na China e mais do que duplicou na Índia, ilustrando o caminho da recuperação nos países menos desenvolvidos. Esta recuperação, por enquanto ainda muito incompleta, irá continuar no longo prazo e será conduzida pela expansão da classe média na Ásia. Como consequência do crescimento sustentado do PIB e das políticas públicas para suportar o consumo, o rendimento familiar está a aumentar. O envelhecimento da população e a rápida urbanização também estão a contribuir para a situação.

 

Três áreas-chaves continuarão a beneficiar plenamente do aumento do consumo da classe média nos próximos anos:

  • O Sector automóvel, devido ao crescimento da procura na Ásia;
  • Os bens de consumo de gama alta, impulsionado pela preferência dos Chineses por marcas de luxo;
  • O turismo devido ao grande número de Chineses que viajam para outros países na região.

 

Malásia, Coreia do Sul, Singapura e Tailândia: endividamento das famílias semelhante ao dos Estados Unidos na época de crise do subprime

 

Se o crescimento do consumo nos países emergentes da Ásia reflecte o desenvolvimento económico da região, também estará relacionado com a facilidade de acesso ao crédito bancário. Assim, a dívida excessiva das famílias em alguns países poderá, adversamente afectar a actividade económica a médio prazo. Quatro países estão em maior risco. Em 2012, a proporção da dívida das famílias em relação ao rendimento disponível atingiu os 194% na Malásia, 166% na Coreia do Sul, 134% em Singapura e 112% na Tailândia, enquanto nos Estados Unidos em 2008 estava na ordem dos 130%, ou seja no início da crise do subprime. O resultado tem sido uma percentagem mais elevada de dívida das famílias do que a dos Estados Unidos em 2008 e na Espanha em 2012 (onde é o grande responsável pela profunda recessão).

 

É a Coreia do Sul que domina o Top 4: a estrutura da sua dívida é um factor de risco adicional porque a proporção da taxa variável das hipotecas atingiu os 55%, comparado com apenas 10% nos Estados Unidos em 2009.

 

Além disso, este endividamento excessivo causado por um crédito demasiado dinâmico pode tornar os países Asiáticos muito vulneráveis a médio prazo, com financiamento externo volátil e, consequentemente, saídas de capital. Também poderá resultar em desvalorizações bruscas na taxa de câmbio, tais como as observadas no Verão de 2013.

 

"O paralelismo com a situação das famílias norte-americanas na época da crise de 2008 não significa necessariamente que uma crise de magnitude semelhante esteja eminente na Ásia emergente. Mas será necessária moderação no consumo das famílias nos próximos anos. Para enfrentar o risco que o sobreendividamento das famílias representa para a economia e para o sector bancário, as autoridades locais deverão tomar medidas preventivas, tais como, políticas monetárias mais restritivas e regras prudenciais mais rigorosas", afirma Julien Marcilly, Responsável de Risco País.

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