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2013/15/10
Risco País e Estudos Económicos

A Coface optimista com os riscos de negócios nos Estados Unidos mas preocupada com os riscos dos países emergentes.

A Coface optimista com os riscos de negócios nos Estados Unidos mas preocupada com os riscos dos países emergentes.

Nos Estados Unidos o crescimento e a confiança dos empresários estão a regressar. De um modo geral, as economias avançadas estão a melhorar: depois de dois anos de recessão, a Zona Euro irá registar um crescimento modesto, mas positivo, em 2014 (+1%). No âmbito da União Económica e Monetária, espera-se que a Alemanha apresente uma recuperação notável de cerca de 1.8%. A França vai registar um crescimento lento (0.6%) e o fim da recessão está à vista para a Espanha e a Itália. Mas, apesar destas melhorias, a confiança dos empresários ainda não regressou à Europa.

 

As preocupações provêem dos países emergentes, os quais estão a enfrentar um declínio estrutural no crescimento (estimado em cerca de 4.8% de um modo geral para 2014), apesar dos países BRICS virem a beneficiar indirectamente da recuperação nas economias avançadas.

 

Neste sentido, a Coface reviu as avaliações de risco país para os Estados Unidos, o Brasil e a Tailândia.  

 

 

Estados Unidos: A2 colocado sob vigilância positiva, apesar da paralisação no orçamento 

A perspectiva para o crescimento sustentado e equilibrado (estimado em 1.5% em 2013 e 2.2% em 2014) levou a Coface a colocar a avaliação A2[1] dos Estados Unidos sob vigilância positiva, apesar das actuais pressões orçamentais.  

 

O investimento das empresas é robusto. O consumo privado, o principal motor de crescimento, está a fazer melhores progressos do que antes da crise, ao mesmo tempo que as famílias estão a chegar ao o fim do seu endividamento. As melhorias também são visíveis do lado dos negócios. As margens e a rentabilidade estão a aumentar, enquanto que os níveis de endividamento são baixos (55% comparado com 85% na Zona Euro), embora o crescimento em alguns sectores (materiais de construção, cobre e papel) permaneça anémico. As empresas são o segmento forte da economia: têm dívidas baixas e são muito rentáveis.
 

Embora a paralisação do governo tenha sido uma surpresa, não deve ter um efeito significativo sobre as empresas, desde que não persista no longo prazo. No entanto, as incertezas relacionadas com o tecto da dívida do governo dos Estados Unidos permanecem elevadas, e o risco de não recuperação não pode ser descartado. Neste cenário de risco, a procura privada poderia ser significativamente afectada. Porém, nesta fase, o nosso cenário principal é que este impasse deve ser evitado a todo o custo , para que o consumo privado e o investimento permaneçam robustos, apesar dos possíveis cortes no orçamento.

 

Brasil: A3 colocado sob vigilância negativa, devido a problemas estruturais 

O crescimento no Brasil é decepcionante (estimado em cerca de 2.3% este ano e 2.9% em 2014) devido ao menor dinamismo do consumo privado e ao investimento empresarial particularmente fraco. As origens das dificuldades económicas são estruturais. A falta de infra-estruturas está a constranger o negócio. O aumento das taxas de juros, na esteira da taxa Selic, pode chegar quase a 10% até ao final de 2013, o que afasta qualquer perspectiva de uma recuperação significativa.  
 

O abrandamento do consumo enfraquece as indústrias e as empresas dependentes destas: electrodomésticos, automóveis e produtos electrónicos. Os aumentos das taxas de juros e os preços inflacionados para componentes importados e máquinas, devido à desvalorização do Real, são agravados pelos impostos e pelos custos de produção, que permanecem elevados. As empresas hesitam em acelerar os seus investimentos. Neste contexto, os incidentes de pagamento registados pela Coface relativamente a empresas Brasileiras, permanecem num nível elevado, perto do pico de 2009. Ambos os factores macroeconómicos e microeconómicos justificam a vigilância negativa da avaliação A3[2] do Brasil.

Tailândia: A3 colocado sob vigilância negativa, devido ao aumento do endividamento das famílias.

Os riscos estão a aumentar na Tailândia, cuja avaliação A3, está neste momento sob vigilância negativa. O crescimento tem caído acentuadamente em 2013 e continuará a ser limitado pelo endividamento das famílias (80% do PIB) em 2014. Os efeitos das medidas de estímulo anteriores estão ultrapassados. Além disso, o país vai continuar a sofrer devido às fracas exportações, particularmente relacionadas com a sua dependência da desaceleração Chinesa.

 

[1] Avaliação A2: risco baixo

[2] Classificação A3: risco aceitável 

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