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2019/03/04
Risco País e Estudos Económicos

Turquia: procura interna mantém-se em declínio, mas as exportações são estimuladas pela depreciação da Lira.

Turquia: procura interna mantém-se em declínio, mas as exportações são estimuladas pela depreciação da Lira.

 

  • Com a estagflação a tornar-se uma realidade, as exportações são a principal fonte de receitas para a economia, especialmente no sector automóvel.
  • Os exportadores são flexíveis; o apoio do governo é fundamental para que os exportadores ganhem novas quotas de mercado.

 

Uma procura interna mais lenta, o custo do financiamento às empresas mais elevado e a depreciação da Lira, abrandaram a dinâmica industrial.

 

 A Turquia enfrenta actualmente um severo declínio económico, juntamente com uma subida abrupta na inflação, em resultado da acentuada depreciação da lira durante 2018, que afectou as dinâmicas de produção e consumo do país. Em Junho do ano passado, a Coface reviu a avaliação de risco país da Turquia para risco elevado (C) e o terceiro trimestre do ano foi marcado por uma onda de desclassificações sectoriais.

 

As medidas governamentais têm ajudado a controlar um novo aumento da inflação, bem como apoiado temporariamente alguns sectores, embora uma recuperação completa demore mais tempo.

 

Relativamente à produção industrial, o ritmo de crescimento diminuiu para 1,6% em 2018 e  de cerca de 9% em 2017 e as empresas continuam a sofrer com uma procura interna mais lenta. Em Setembro de 2018, o aumento anual dos preços da produção atingiu o recorde de 46%, enquanto o preço ao consumidor aumentou 24%. Os sectores impulsionados pela procura interna, como a construção, o retalho e a tecnologia da informação e comunicação (TIC), estão entre os mais afectados. No entanto em 2019, é expectável um abrandamento da inflação, devido ao à diminuição do ritmo de crescimento e ao enfraquecimento da Lira

 
Apesar dos enormes desafios, as exportações são uma importante fonte de receitas para a economia.

 

O agravamento das circunstâncias económicas impulsionou as exportações, que se tornaram numa importante fonte de rendimento para a economia Turca. Em 2018, as exportações aumentaram cerca de 7%, face ao ano anterior, para 168 mil milhões de dólares, com os desempenhos chave dos sectores químico (17%), veículos a motor (12%) e papel (11%), seguidos do têxtil e vestuário (5%) e alimentação (5%).

 

 

O sector automóvel foi responsável pela maior parte da exportação em 2018, representando 17% do total das exportações. Este sector, em particular, beneficiou do crescimento económico nos países europeus (destino final de 50,3% das exportações) e de diversos incentivos do governo. 

 

A Turquia desfruta de um elevado grau de vantagem comparativa nos têxteis, vestuário, metais e plásticos. Esta vantagem ajudou o país a alcançar um nível elevadode especialização do sector e, possivelmente, a registar uma sofisticação adicional e quota de mercado no futuro. Estes aspectos estão em conformidade com o novo programa económico do governo para 2019-2020, baseado no reequilíbrio da economia com o aumento das exportações. Os sectores farmacêutico, químico, petroquímico, de energia, maquinaria esoftwaresão considerados prioritários, em termos de investimento.

 

A tecnologia continua a ser um sector menos favorável, devido às suas capacidades limitadas.  

 

O baixo nível da tecnologia e a competitividade limitada são factores restritivos para uma maior expansão das exportações no país. A Turquia está altamente integrada nas cadeias globais de valor, com uma relação estreita com a produção industrial na Europa, particularmente na Alemanha (o maior mercado de exportação da Turquia). As receitas de exportação irão, por conseguinte, depender da resiliência do crescimento Europeu, especialmente nos sectores automóvel, têxtil e vestuário.

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