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2018/09/05
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As novas rotas comerciais do Mediterrâneo

As novas rotas comerciais do Mediterrâneo

O regresso ao proteccionismo no cenário internacional voltou, mais uma vez, a colocar em destaque os acordos de comércio livre. No momento em que a América está a encerrar as suas fronteiras, outras regiões do mundo decidiram abrir as portas, reformulando as alianças do comércio internacional. Este empurrão em direcção à liberalização poderia dar um novo impulso a uma tentativa de cooperação iniciada há quase trinta anos atrás, numa das regiões comerciais mais antigas do mundo. Em 1995, os países do Mediterrâneo iniciaram um grande projecto para criar uma área económica intregada. Este plano ambicioso, conhecido como o Processo de Barcelona, deveria basear-se num acordo global de comércio livre. Deveria ser construida sobre o modelo Europeu, com o objcetivo de permitir a livre circulação de mercadorias dentro da região do mediterrâneo. Onde estamos exactamente, com esse plano aos dias de hoje?

 

“Processo Barcelona”, “Parceria Euro-Mediterrânea”, “União do Mediterrâneo” – o nome mudou várias vezes ao longo dos anos, mas embora os objectivos tenham sido estabelecidos na década de 90, ainda estão longe de serem alcançados. Enquanto a Ásia enfrenta o desafio com sucesso, os países do Mediterrâneo trocam relativamente pouco entre si. De facto, parece que a parte do comércio intra-mediterrâneo na região está mesmo a diminuir. Como é que estes resultados decepcionantes, podem ser explicados? Em primeiro lugar, embora o “Processo Barcelona” tenha por objectivo criar uma zona de comércio livre regional, até agora resultou apenas numa grande variedade de acordos bilaterais entre a UE e os países mediterâneos individualmente. Acordos regionais que vinculam certos países no Norte de África, enquanto a Turquia desenvolveu a sua própria rede de cooperação. Em resumo, ainda estamos longe de alcançar o modelo de zona de comércio livre. A liberalização do comércio na região, também embora incompleta, ainda não está a produzir muitos resultados, devido a uma série de razões.    Além das semelhanças observadas entre os países que compõem a região, a expansão comercial tem sido limitada por um quadro institucional complexo, presistentes políticas proteccionistas, as consequências da crise de 2009 e a Primavera Árabe.

 

No entanto, existem razões para ter esperança. A estrutura comercial dentro da região evoluiu desde o ano 2000. Algumas economias do sul e do leste estão a especializar-se em sectores de maior valor acrescentado, com o objectivo de se movimentarem. As exportações de tecnologia da informação e comunicação aumentaram (Tunísia, Marrocos), enquanto o sector automóvel ilustra a crescente cadeia de valor acrescentado na região. Neste contexto de luxo, os bens de menor valor acrescentado, como o sector têxtil e de vestuário, são agora menos predominantes no comércio da região. Outra têndencia positiva na evolução da região, é o aparecimento de novos agentes de fornecimento de matérias-primas (energia, produtos químicos e construção). Mais especificamente, estes novos agentes são a Grécia, o Chipre, Malta e o Egipto. 

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