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2013/01/10
Risco País e Estudos Económicos

Panorama Trimestral de Sectores Coface

Panorama Sectorial Coface

Sectores químico, farmacêutico e automóvel: verificado um aumento do risco de crédito na Europa. 

 

Este aumento do risco, observado desde o passado mês de Abril, diz respeito a:

 

  • Sector Químico: o risco varia de “médio” para “elevado” na Europa e na Ásia Emergente. Na Europa, a rentabilidade das empresas do sector químico caiu cerca de 19% num ano, devido à fraca procura e à concorrência de exportadores dos Estados-Unidos. Na Ásia Emergente, e mais particularmente na China, as PMEs tornaram-se nas primeiras vítimas da escassez da oferta de crédito.

 

  • Sector Farmacêutico na Europa:o risco é “elevado”’.

        Na Ásia Emergente e na América do Norte verificamos uma relativa estabilidade (risco considerado, moderado e médio, respectivamente). Na Europa, as farmácias (cujas vendas e margens                 estão em queda) e os distribuidores, são afectados pelas medidas de redução do crescimento das despesas de saúde.  

 

  • Sector Automóvel Europeu, o sector mais afectado: o risco foi revisto e alterado para ‘muito elevado’. A crise de 2009 modificou drasticamente os riscos para a indústria automóvel global. A indústria automóvel Europeia foi particularmente afectada e continuou o seu declínio, face aos custos de produção estruturalmente elevados e à falta de escoamento no mercado interno. A nova vaga de insolvências no sector automóvel Francês ilustra o problema Europeu: entre Agosto de 2012 e Julho de 2013, o seu número aumentou em 11%. Pior ainda, o custo financeiro destas insolvências dos fornecedores é de 35%, na sequência de um maior número de grandes empresas em perigo de insolvência, especialmente entre os comerciantes (58% do total) e subcontratados (24% do total). A situação é ainda mais preocupante, uma vez que, a nível nacional, se considerarmos todos os sectores, o número de insolvências.

 

 
A indústria automóvel na Turquia e na Rússia: vale a pena o risco?

 

Neste contexto, os grupos internacionais do sector estão a voltar-se para os mercados emergentes, particularmente para a Turquia, altamente orientada para a exportação com os seus custos competitivos, e a Rússia, impulsionada por um mercado interno amplo e dinâmico. A aposta sobre estes dois mercados muito atraentes é ousada, mas o seu potencial excede os riscos.

 

Quais são os riscos?

Para além da volatilidade do crescimento, estes países apresentam várias desvantagens.

O sector automóvel Turco está numa delicada posição porque é muito dependente das condições económicas da União Europeia (o destino de 40% das exportações do país) e é penalizado pela elevada tributação. Outra dificuldade está relacionada com os esforços em pesquisa e desenvolvimento, que são insuficientes para fazer face à concorrência dos países da Europa Central e de Leste. Na Rússia, os subcontratados internacionais enfrentam um proteccionismo sempre presente, apesar da recente adesão do país à Organização Mundial do Comércio (OMC). 

 

Qual é o potencial?

Apesar destes obstáculos, os dois países oferecem boas oportunidades para industriais e investidores. O rápido crescimento da classe média continua a ser um factor importante porque as famílias estão ansiosas por adquirir equipamentos automóveis. De facto, o número de veículos é pouco desenvolvido: 151 veículos por 1,000 habitantes na Turquia e 260 na Rússia comparado com 613 nos países da Europa Ocidental. A atracção destes mercados é reforçada pelo forte apoio dos governos, cuja finalidade é garantir uma mudança significativa.

 

"A diferenciação por custos não pode continuar a ser uma política industrial no longo prazo. Para continuar a atrair investidores estrangeiros, os países emergentes, incluindo a Rússia e a Turquia, devem agora concentrar-se na inovação. No que diz respeito às perspectivas Europeias, os distribuidores, extremamente enfraquecidos pela crise, precisam de reinventar todo o modelo, com flexibilidade e personalização como elementos essenciais."explica Nicolas de Buttet, Director de Análise de Risco da Coface para a região da Europa Ocidental.

 

[1] O indicador de risco de crédito da Coface é baseado em alterações nos dados financeiros publicados por mais de  6,000 empresas localizadas na Ásia Emergente, América do Norte e 15 países da União Europeia: alterações  no volume de negócios, na rentabilidade, no índice de endividamento líquido, no fluxo de caixa e na sinistralidade  observadas pelos analistas da Coface. Este Indicador está dividido em quatro categorias de risco: moderado, médio, elevado e muito elevado.

Transferir este comunicado de imprensa : Panorama Trimestral de Sectores Coface (225,43 kB)

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Para mais informações:

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