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2018/09/10
Risco País e Estudos Económicos

Insolvências na Europa Central e de Leste: Os bons tempos acabaram

Insolvências na Europa Central e de Leste: Os bons tempos acabaram

 

  • Apesar da aceleração económica na região, as insolvências aumentaram 6,4% em 2017
  • A Polónia, a Hungria  e em particular a Croácia, registaram aumentos significativos no número de insolvências, enquanto a Eslováquia e a República Checa registaram uma diminuição
  • O enfraquecimento da liquidez das empresas na Europa Central e de Leste é surpreendente, tendo em conta que têm apresentado a maior taxa de expansão económica desde 2008
  • Isto é um indicador do fim do actual ciclo económico da região
  • As insolvências vão continuar a aumentar: a Coface prevê +10,4% em 2018 e +15,5% em 2019

 

A região da Europa Central e de Leste, tem beneficiado de uma melhoria na actividade económica nos últimos anos. Isso foi especialmente notório em 2017, quando o crescimento médio do PIB na região atingiu os 4,5% - a maior taxa desde 2008. O consumo das famílias e e as entradas resultantes da recuperação dos investimentos em activos fixos, contribuíram significativamente para o crescimento. No entanto, o ambiente de negócios favorável em 2017, não foi o suficiente para impulsionar uma melhoria na situação da liquidez das empresas.

 

O número total de insolvências aumentou 6,4% em 2017, o que significa uma inversão da tendência apresentada nos últimos anos, em que houve queda de -6% em 2016, após diminuição de -14% em 2015. Outra mudança foi o facto de, em 2017, mais países terem sido afectados pelo aumento das insolvências. Durante o ano, nove países reportaram um volume maior de insolvências (Croácia, Estónia, Hungria, Lituânia, Polónia, Roménia, Rússia, Sérvia, e Eslovénia), enquanto que apenas cinco países registaram uma diminuição (Bulgária, República Checa, Letónia, Eslováquia e Ucrânia).

 

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Esta desagregação regional revela uma grande variedade de dinâmicas, que vão desde um decréscimo de -27,1% das insolvências na Eslováquia e uma queda de -26% na República Checa, para ligeiros aumentos de +2,4% na Estónia e +2,5% na Roménia, e um aumento de +40,1% na Croácia. Estes países partilharam algumas razões para a deterioração da liquidez das empresas, que conduziu, em alguns casos, à sua insolvência.“Uma elevada capacidade de utilização e uma procura sólida, encorajaram as empresas a expandir as suas capacidades de produção”explica Grzegorz Sielewicz, Economista da Coface para a região da Europa Central e de Leste. “Além disso, os períodos positivos na economia, motivaramm a criação de novas empresas, apesar do elevado nível competitivo que prevalece em vários sectores.As empresas frequentemente registaram aumentos no volume de negócios, mas um menor aumento nos lucros. Os lucros foram limitados pelo aumento das despesas, incluindo o aumento dos salários e o custo mais elevado dos consumos – tal como confirmado na aceleração do índice de preços ao produtor.”

 

Além disso, a dificuldade em preencher vagas de emprego, tornou-se um grande obstáculo para as empresas da região da Europa Central e de Leste, para as suas actividades e potencial expansão. As empresas reportaram esta barreira como provocando uma maior preocupação, do que a incerteza relativamente à procura dos seus produtos e serviços, de acordo com um inquérito da Eurostat às empresas. Podemos, portanto, concluir que a aceleração económica não é o único factor que afecta a liquidez do sector empresarial da região.

 

Em 2018 e 2019, segundo as previsões da Coface, o número de insolvências continuará a aumentar na região. Isto confirma o fim de um ciclo económico na Europa Central e de Leste. Em 2018 assistiremos ao aumento do número médio de insolvências em cerca de +10,4%, com mais países a registar um aumento no número de processos. Na Polónia é espectável uma subida de +20,2% nas insolvências e nos processos de reestruturação das empresas. A Sérvia e a Eslováquia, por outro lado, sofrerão uma contracção nas insolvências. O fraco crescimento económico da Europa Central e de Leste, será um factor que contribuirá para um aumento do número médio de insolvências de +15,5% em 2019.

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