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2015/22/01
Risco País e Estudos Económicos

América Latina – O crescimento acelera para os países do Pacífico

Há três décadas atrás, a América Latina era associada a termos negativos como “ditadura”, “crises de dívida” e “inflação elevada”. Com o passar dos anos, a região começou a ser associada a um crescimento económico, à nova classe média, à redução de pobreza e à inflação controlada.
 

Nesta edição da Panorama, a Coface decidiu focar-se em dois países da Aliança do Pacífico: o México e o Peru.  O México aparenta ter uma previsão positiva a médio prazo. O caso do Peru é igualmente interessante e as perspectivas do país a médio-prazo são muito favoráveis. O Peru foi identificado como um dos ‘10 novos mercados emergentes’ pela Coface no início deste ano. 

 

Abrandamento do PIB regional 

A América Latina é um grande produtor de bens e mercadorias e uma grande parte do forte desempenho observado em períodos recentes, foi graças ao rápido crescimento da China. Os países da região começaram a registar elevados superávits comerciais, mas este período de bonança acabou. Depois de muitos anos a crescer cerca de 10% ao ano, a actividade económica chinesa perdeu o seu ritmo. Consequentemente, os preços das mercadorias começaram a cair, impactando nas taxas de expansão da América Latina. Espera-se que o PIB da região cresça cerca de 1.3% em 2014 e 2% em 2015 - muito menos do que em anos anteriores.

 

A fraca previsão também reflecte uma menor actividade global e falta de investimento. A infra-estrutura é uma questão fundamental na região e a generalidade dos países não aproveitaram a oportunidade de implementar reformas durante os anos dos termos de comércio fortalecidos.

 

O país mais bem posicionado na América Latina, o Chile, ocupa apenas a 49º posição num ranking global de 144 países. Todos os outros países da região ficaram classificados mais abaixo (como se pode verificar no gráfico à esquerda). 

 

Uma região e duas direcções 

De um lado da América Latina, os países do Pacífico (México, Chile, Colômbia e Peru) defendem o comércio livre e os mercados livres. Do outro lado, nos países que fazem fronteira com o Atlântico, a desconfiança na globalização e os modelos de gestão do estado, desempenham papéis significativos na economia.

 

O primeiro grupo criou a Aliança do Pacífico, e tem vindo a tentar melhorar as parcerias comerciais fora do continente, enquanto o segundo grupo se mantém preso dentro da Mercosul.

 

Assim sendo, como comparar os grupos? 

Tendo em conta a actividade em 2013 e a previsão da Coface para 2014 e 2015, o PIB tem vindo a aumentar a um ritmo mais elevado nos países que fazem fronteira com o Pacífico. 

 

Análise de Risco Sectorial entre risco médio e elevado 

O cenário geral para a América Latina está entre o risco médio e o risco elevado. Este resultado é alcançado com base numa média ponderada do PIB dos países. De referir que as cinco principais economias juntas (Brasil, México, Argentina, Colômbia e Chile), representam 83% do PIB da região.

 

No contexto de um crescimento mais lento do PIB regional, muitos sectores apresentam uma deterioração do risco perceptível. Nesta edição da Panorama, abordamos com maior detalhe o cenário de cada segmento na região. 

 

Numa secção especial, também focalizamos a análise de dois segmentos das economias mexicana e peruana. Os pontos de foco desta indústria são a construção para o México e a indústria mineira para o Peru. O primeiro enfrentou uma turbulência em 2013 e está agora a recuperar. O segundo, o maior sector da economia peruana, tem experienciado um abrandamento da actividade nos últimos meses. 

 

É improvável que a actividade na América Latina aumente para o seu ritmo anterior 

É improvável que em 2015, a actividade na América Latina aumente para o seu ritmo anterior, sobretudo devido aos preços mais baixos das mercadorias internacionais.

 

“A intensidade deste efeito em cada economia também depende da importância das exportações em proporção ao PIB de cada país. Por exemplo, o Brasil é considerado como uma economia fechada, já que as exportações representaram apenas 11% do PIB. O rácio é mais significativo na Argentina (13%), Colômbia (17%), Peru (25%) e finalmente no Chile (27%),”explica Patricia Krause, economista da Coface para a região da América Latina.

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